O que chamamos de holding familiar é uma sociedade empresarial (uma pessoa jurídica que, em geral, é uma Ltda. ou uma S.A.) criada com a finalidade de agrupar alguns ou todos os bens de uma família.

Com isso, esses bens deixam de ser de propriedade apenas das pessoas físicas que, em vez de ser proprietárias dos bens, elas passam a ter cotas ou ações da sociedade empresarial.

Portanto, além da organização do patrimônio, existem vários motivos pelos quais uma holding familiar pode ser útil.

Como saber se a holding familiar vale a pena para minha família?

A holding familiar é uma maneira de gerenciar todo o patrimônio da família de maneira profissional e fazer a gestão centralizada dos demais negócios.

Em regra, a criação de uma holding familiar só faz sentido no caso de a família ter vários bens de alto valor ou um grupo de empresas.

Isso porque constituir uma sociedade envolve custos (assessoria jurídica, contábil, financeira e outras) e dá trabalho. Afinal, a sociedade tem de ser administrada, pois, em essência, ela é uma empresa de investimentos.

Mesmo assim, isso pode ser excelente para a sua família. Em especial, nestes 2 pontos que vou lhe explicar a seguir:

1. Sucessão

Quanto mais bens existam no patrimônio da pessoa que morre, a sucessão se torna ainda mais complexa. Porém, se ela tiver tudo agrupado (ou a maioria) em uma sociedade, somente as cotas ou ações dessa sociedade precisam ser divididas na sucessão.

Ou seja, durante o processo de inventário, a divisão será facilitada e o tempo bastante reduzido em razão dessa organização empresarial.

Além disso, quando o patrimônio familiar inclui várias empresas, um planejamento bem feito da holding pode ajudar a reduzir a tributação que é aplicada na sucessão.

2. Organização da gestão patrimonial

Em famílias grandes em que existem muitos bens, a administração é complicada e algumas pessoas se sentem prejudicadas por arcar com mais despesas.

Então, outra vantagem da holding familiar é que ela pode ser uma forma de colocar ordem na casa, facilitando a gestão do patrimônio e a divisão das despesas.

Isso porque todos os familiares serão titulares das cotas, e todos os custos e frutos gerados pelos bens passarão a ser da sociedade. E é essa sociedade que centralizará tudo isso.

Ainda em relação a esse ponto: quando o patrimônio familiar tem um alto patamar, passa a fazer sentido diversificar os investimentos em várias classes de ativos.

Ou seja, o investimento em diferentes ativos, como investir fora do país, em outras moedas, bolsa de valores etc. Nesse caso, a criação da holding pode ser um modo mais eficiente.

Os lados negativos da holding familiar

Após analisar os benefícios, temos de analisar as questões negativas, que envolvem: os custos de manutenção, o acréscimo de complexidade e a própria estruturação do patrimônio familiar.

Inclusive, ela pode ter efeito nos relacionamentos familiares, porque a holding é uma sociedade, assim, os membros dessa família passam a ser sócios de uma companhia, que juridicamente passa a ser a proprietária dos bens que forem incluídos na holding.

Por conta da lei e do contrato social (ou estatuto), as sociedades têm várias regras. Exemplo: algumas decisões exigem a convocação formal de reuniões e a aprovação de algumas medidas requer o voto favorável da maioria (que pode ser por maioria simples, ou maioria qualificada — tipo 2/3 dos sócios) ou mesmo a unanimidade.

Além disso, sociedades precisam ter administradores, que são as pessoas que têm “o poder da caneta”. São essas pessoas que vão assinar contratos em nome da sociedade, representá-la perante o Estado, bancos etc.

Essas pessoas têm um poder (e também uma responsabilidade) superior aos membros da família que não figuram como administradores, pois algumas decisões os administradores acabam podendo tomar sozinhos (ou apenas entre si).

Isso não é problema em algumas famílias. Em outras, essas regras acabam gerando tensões que, acumuladas por certo tempo, podem ser muito danosas para o relacionamento familiar.

Por isso, olhando apenas do ponto de vista econômico, criar uma holding familiar pode valer a pena, mas é preciso levar em conta essas questões de relacionamento para saber se esse é um bom negócio para a sua família.

Por fim, algumas pessoas que têm um patrimônio significativo, olhando o potencial de geração de conflitos causado pela convivência dos descendentes em uma sociedade, preferem destinar os bens diretamente aos descendentes ainda em vida. Às vezes, isso inclui vender uma empresa familiar distribuir o dinheiro.

Resumindo

Comentei acima sobre dois ótimos motivos para você analisar se vale a pena criar uma holding familiar, além da questão negativa.

Primeiro, você deve analisar que a holding significa abrir uma nova empresa. Então, é importante lembrar que isso sempre envolve tempo, burocracia, custos e investimentos.

É por esse motivo que criar uma holding familiar não costuma valer a pena quando as empresas ou o patrimônio familiar são pequenos e focados no mesmo ramo. Nesse caso, a criação da empresa não compensa os custos.

Assim, é altamente recomendado que você e sua família procure profissionais especialistas, porque eles vão se dedicar a analisar a viabilidade e dizer se vale a pena a criação da holding familiar.

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